Tomando Decisões Por Medo

O medo, todos sabem, pode exercer forte influência na moldagem do nosso comportamento. Você já considerou o efeito que o medo pode ter nas escolhas que fazemos no ambiente de trabalho?

Um estudo do Barna Group revelou que 17% das pessoas pesquisadas disseram ter tomado muitas decisões éticas por medo. Elas chegaram a suas decisões não por causa de suas fortes convicções sobre o que é correto e apropriado, mas sim movidas pelo desejo de evitar consequências indesejáveis caso suas escolhas fossem diferentes.

Isto se mostrou verdadeiro em minha própria experiência, pouco depois de ter iniciado minha carreira nos negócios. Bem cedo, como perito contábil, devido a um erro cometido no passado, eu tinha medo de perder meu emprego. Quando um chefe disse-me para fazer algo ilegal com um cliente, meu medo aflorou. Embora soubesse que o que estavam pedindo que eu fizesse era errado, cedi e fiz o que me disseram para evitar ser demitido.

Jamais esqueci esse episódio e, embora nunca tivesse que enfrentar medidas disciplinares, ele me levou a repensar a forma como fazia minhas escolhas, tanto no trabalho quanto na minha vida pessoal. Medo, decidi, jamais seria um fator que justificasse qualquer violação da conduta ética apropriada.

É claro que nem sempre o medo leva a um comportamento ilegal ou antiético. Nós tomamos decisões sobre investimentos baseadas no medo, acreditando que nosso bem estar financeiro está em jogo. Quando nos confrontamos com um concorrente poderoso na busca para atrair um cliente importante, podemos fazer promessas que sabemos que não poderão ser satisfeitas. Fazemos horas extras no trabalho, pondo em risco a saúde e sacrificando o tempo prioritário com nossa família, por medo de não sermos capazes de satisfazer as expectativas de nossos gestores.

O medo pode tentar-nos a fazer coisas que reconhecemos serem erradas, mas não precisamos nos render a essas tentações. Podemos estabelecer limites, determinando antecipadamente em que áreas não transigiremos com nossas convicções e valores. Porém, ainda mais importante, precisamos ter em mente Aquele a quem devemos permitir ter a última palavra nas coisas que decidimos fazer ou não.

A Bíblia, Deuteronômio 10.12, nos ensina: “E agora, ó Israel, que é que o Senhor, o seu Deus, lhe pede, senão que tema o Senhor, o seu Deus, que ande em todos os Seus caminhos, que O ame e sirva ao Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração e de toda a sua alma”.

As Escrituras falam muito a respeito do temor a Deus — não o medo de que Ele irado vá nos atingir com um raio — mas um profundo senso de reverência e respeito, reconhecendo que Ele nos colocou onde estamos para honrá-lo e representá-lo. Ele nos confiou os talentos e habilidades que possuímos para Seus propósitos. As exigências de nossos gestores jamais deveriam se sobrepor àquelas do Deus que cultuamos e servimos.

As muitas experiências no mundo empresarial e profissional me ensinaram importante verdade: as melhores decisões éticas decorrem de temer e amar a Deus, mais do que a qualquer gestor, não importa quanto poder e influência ele tenha na organização. Os caminhos de Deus são sempre os melhores.

Questões Para Reflexão ou Discussão

1. Qual seu ponto de vista sobre a pesquisa citada que uma pessoa em seis toma suas decisões na vida empresarial baseada no medo?

2. Você já tomou decisão movida pelo medo, sabendo plenamente que era a coisa errada a ser feita? Como lidou com isso depois?

3. O que a expressão “temor de Deus” significa para você?

4. De que maneira a reverência saudável a Deus pode fazer diferença na forma como reagimos a circunstâncias ameaçadoras?

Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 12.21; 13.6; 24.5-6; 28.14; Isaías 26.3; 41.10; Romanos 8.12-15; 1João 4.18.

Próxima semana tem mais!

Rick Boxx é presidente e fundador da “Integrity Resource Center”, escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de “Momentos de Integridade com Rick Boxx”, um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (fortes@cbmc.org.com)
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